Alininha!

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Vida

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Loucura, texto escrito por mim para estágio na Casa Verde.



Hoje não tem receita, mas sim um texto que escrevi para uma vaga num estágio. O texto fala sobre o Homem Louco, bem eu gostei, até poque fui eu quem fiz. ;)
Proponho também uma atividade para realizar junto aos pacientes.



Antes de responder a pergunta a respeito de “O Homem estar louco”, primeiramente gostaria de colocar a questão do porque pensamos a loucura como uma doença e não a questão de a loucura ser um comportamento que difere do que estamos acostumados a chamar de comportamento convencional predeterminado pela sociedade.
Com base no texto lido “O Horla”, respondo a pergunta, sim o Homem está louco, mas a loucura não quer dizer insanidade mental completa, mas poderia sim chamar de genialidade, pois como o cliente inusitado, chamado de bizarro, pôde esquematizar todo um plano mirabolante para provar para si mesmo que não estava louco e acreditar simplesmente naquilo que mirabolou e que alucinou, como tudo que estivesse em sua mente pudesse ser manipulado por si mesmo.  Acredito que isso sim, seja uma grande capacidade mental, mas que está sem meta, que se direciona para um foco não tradicionalmente aceito.
Acredito que homem tem em sua natureza a loucura, o problema é quando vai de contra aquilo convencionado pela sociedade como normal, quando a sua loucura começa a incomodar a si e aos outros. O juízo de valor em quaisquer épocas é o termômetro de normalidade, sempre imposta pela cultura ou por interesses sociais. A forma como cada sujeito administra seus conflitos internos é que diferenciam a loucura da normalidade.
No texto, a loucura aparece no momento em que o homem que percebe a loucura, já realizou todos seus objetivos de vida, tem sua vida estabilizada, não enxerga mais razões de prosseguir na realidade, vai atrás do desconhecido (aquilo que gera ansiedade e angústia), por isso elabora situações que ele mesmo passa acreditar. O sofrimento psíquico que o sujeito tem ao se ver numa situação confortável, onde encontra-se sozinho e sem obrigações, gera uma angústia aparentemente interminável. 
O que tratamento psicológico busca, é a procura de objetivos a serem inseridos na vida das pessoas, que estão passando pela mesma situação do cliente do texto. Ao entrar na Casa Verde, percebi a quantidade de tarefas a que os sujeitos são levados a participar e o quão elas são importantes na vida de cada um deles, pois os trazem de volta a realidade, inserindo uma meta a ser cumprida, trazendo eles de volta ao cotidiano. A finalidade dessas tarefas é trazer o prazer de participar de atividades sociais, é fazer com que eles voltem a pensar sua razão de estarem ali, não só no espaço físico, mas sim como sujeitos pensantes, que contribuem uns com os outros para o bem estar geral.
Proponho um projeto onde possam ser feitas dinâmicas onde cada um possa desenvolver a sua criatividade, sua capacidade de trabalhar em conjunto e ainda se descontrair.  Na verdade é entendida como uma brincadeira por muitos, mas aonde podemos perceber diversos pontos de angústia e limitação de cada um, fazendo com que possamos auxiliá-los a desenvolver esses pontos.
A dinâmica chama-se História Substantivada, onde são montados grupos que são compostos de três ou quatro integrantes cada. Em cada reunião, nomearei três “juízes”, que avaliarão a história apresentada por cada grupo (podendo gerar a ansiedade e a vontade de ser a figura que vai julgar o outro). 

Serão apresentados aos grupos ou a cada grupo vinte substantivos, dez adjetivos e cinco verbos em cada reunião, onde o grupo em conjunto elaborará um pequeno texto, uma historinha muitas vezes até sem nexo no início das atividades, que contenham todas as palavras relacionadas, depois irão ler em voz alta sua história para todos que estão participando da dinâmica, essas histórias são bem criativas e serão avaliadas pelos seus próprios companheiros que foram designados como “juízes”.  Cada grupo terá de 10 a 15 minutos para montar sua história. Tudo isso bem explicado e exemplificado pelo coordenador da dinâmica. Os substantivos e os adjetivos devem ter significados bem diferentes, para que a história se torne bem interessante. Ganha o grupo que melhor seguir a sequência das palavras escritas em folha ou em um quadro, aquele que usar todas as palavras e aquele que conseguiu terminar a historia no prazo determinado. Essas histórias são muitas vezes engraçadas, fazendo com que todos se divirtam dentro da atividade.
Essa é uma das dinâmicas ou atividades que podemos realizar na “sala de teatro”, posteriormente podemos também montar outras diversas atividades que os pacientes mostrem interesse, como ocorrem aos sábados, fazendo tarefas ao ar livre, com o intuito de descontrair e incitar a criatividade. 


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